Monday, February 26, 2007

Ensaio sobre a caganeira

Há opções e opções. E cagar de cócoras não é uma delas. Para já, há uma probabilidade imensa de se falhar na higiéne mais básica dos próprios tornozelos. Em seguida porque, convenhamos, há maneiras bem melhores de se terminar o complexo e já de si nhanhoso processo a que diplomaticamente chamamos digestão. Pôr o ovo implica mais do que um simples arrear das calças. É todo um ritual que começa logo desde a despedida (anormalmente) rápida dos amigos no café, a corrida até casa, o quase perder o controlo da situação no elevador, até ao largar incoerente das chaves de casa e do casaco no meio do hall de entrada.
Quando se castiga cerâmica com tempo, temos outro tipo de rituais adjacentes como o da consulta de literatura ligeira nas prateleiras especiais (que um homem previdente colocará entre o pó de talco e as toalhinhas húmidas, na prateleira por cima do fluxômetro), ou ainda o da procura calma e concertada do papel higiénico, sem ter de se recorrer de urgência ao áspero papel de cozinha ou, em casos extremos, às tolhas do bidé.
Tudo se torna mais complicado quando a chegada ao poço é urgente, mas o fenómeno em si é demorado (por exemplo, numa cólica intestinal). Eu explico: A urgência inicial impede-nos de procurar factores distractivos para a total duração da função, mas essa duração neste caso é estendida ao ponto de os requerermos. E que hipóteses se nos apresentam?
1) Logo após o largar o lastro principal, encetar, agora com tempo, à busca da actividade distractora para o restante tempo de defecação. É desaconsselhável se se quiser manter a salutar limpeza do percurso a percorrer na casa, bem como das próprias calças, cuecas, sapatos e pernas. As gotas não perdoam (não esquecer de que falamos de caca rala).
2) Fazer toda uma limpeza preliminar, envolvendo papel higiénico, toalhitas húmidas e até mesmo bidé action. Esta alternativa é estranha no entanto. Estamos a ter uma trabalheira a limpar o rabo, apenas pra ir procurar um livro e voltar a cagar à pistola (volto a lembrar de que se trata de caca rala). Toda esta hipótese tem um piquinho a azedo. Tempos brutalmente boiolas se avizinham, sendo estes os unicos cuidados especiais que uma pessoa assim irá dar ao seu rabo. De resto irá tratá-lo com muito pouca deferência e, diria mesmo, algum desdém.
3) Toda uma parafrenália de acções se podem desenrolar. Tudo depende das inclinações e até da imaginação do obreiro. Desde o espremer daquela borbulha na coxa que temos vindo a descurar há semanas, até à apreciação do estado de deterioração das boxers ou mesmo do elástico bambo das meias. Talvez atar um sapato. Aproveitar, nos casos de tragédia grega, para tirar toda a roupa respeitante ao trem inferior do corpo (da cintura pra baixo, para os menos esclarecidos) e pô-la de molho no bidé ou, em caso de perda total, na banheira (relembro de novo que estamos a falar de caca rala, mesmo mole, mijo do cú).
4) Para os menos preocupados, ainda temos a hipótese de converter o relaxe zen do alívio fecal, na mais pura lascívia e proceder à limpeza dos outros canos também. Já que ali estamos, de calças em baixo e tudo e com o papel na mão... Só temos de lhe dar menos uma dobra antes de usar. E aconselha-se atenção ao denunciador tilintar ritmado da fivela do cinto no chão da casa de banho...

Tuesday, February 20, 2007

Quem és tu, Zé Cão?

Estatísticas. Valem o que valem, é certo. Mas que realmente podemos tirar ilações muito interessantes delas, podemos. E, se virmos bem caramba, têm lógica como à (palavrão).
Por exemplo: Que a água do banho de 8 em 10 octogenários, tem o valor nutricional equivalente a uma sopa de alho-francês;
Que há uma percentagem em franca ascensão de explicações inúteis ou que apenas nos deixam na mesma como: "Himenótomo: instrumento para praticar a himenotomia" (Dicionário Universal da Língua Portuguesa, pág. 823);
Que um carro com o espelho retrovisor lateral direito (que circula perigosamente perto dos peões e carros estacionados) riscado, arrancado, estalado, torto, amolgado ou simplesmente (palavrão) e com o espelho retrovisor lateral esquerdo (imprescindível para ultrapassagens e para um bom estacionamento) impecável, limpo, ainda com o código de barras e virado para dentro denunciando a falta de uso, tem à volta de 100% de probabilidades de pertencer a uma mulher;
Que a carne do mamilo da octogenária referida no exemplo nº 1 tem uma constituição em tudo semelhante, quase em 100%, com a carne do cotovelo de qualquer um de nós.
Que uma percentagem de maioria parlamentar segundo Hondt (50%+1) pensariam 2 vezes quando fossem comer pizzas ou pastas a um restaurante italiano, se soubessem que na língua daqueles gentis senhores "morbido" quer dizer suave. Posso prová-lo com uma embalagem de shampô vinda de lá... "morbida delicatezza";
Que uma percentagem razoavelmente acima da média, eu diria na ordem dos 60 ou 70%, dos visitantes deste blog sentem aquela rara e curiosa sensação de leveza e suavidade da cultura, misturada com a ideia de não terem aqui aprendido rigorosamente nada de jeito, ao abandonarem o mesmo.

um estranho de longa data

Como diria um estranho de longa data meu, eu não vou deixar que este blog resvale para aquilo que realmente interessa. Excepto, quando é um assunto que, de tão óbvio, merece um tratamento e uma explanação promenorizados.
Chegou à minha atenção, há cerca de 32 anos atrás, que este mundo existe e que mudá-lo é um bocado remar contra a (palavrão) da maré. O que de mais fácil e directo poderia haver, viver, é complicadíssimo ao ponto de alguns desistirem. Não são cobardes, ao contrário do que muitos possam dizer. São corajosos. Mas são detentores de um tipo de coragem que não interessa, porque é uma saída. Fácil ou difícil, não está em discussão, é uma saída. Mas é uma saída extremamente estúpida, daquelas que dá vontade de bater, se isso fosse possível. A vida é feita de entradas, de passagens, de trocas, de surpresas. Nada disto se apresenta na solução estúpida que é a desistência.
Chegou à minha atenção igualmente, o facto de o óbvio ser bem aceite neste mundo, mesmo que seja errado, de o popular ser apoiado até ao fanatismo, mesmo sendo impreciso e que o inteligente, o correcto, é vaiado e ridicularizado em conjunto com os cruzados (sem qualquer conotação religiosa) desgraçados que o defendem. Pensar está, neste mundo, altamente sub-valorizado. Vamos bater, destruir, matar, comer, trincar, (palavrão), trocidar, esventrar, insultar, ofender (não é a mesma coisa), trair, argumentar ao lado, errar propositadamente, ignorar a ignorância, achincalhar quem realmente sabe, pois conhecer e defender o aparentemente indefensável é para o outro.
Falar mal, mas empregando bem os termos é, ou deveria ser, digno de grau académico. Por exemplo, entre o Bacharelato (pré-Bolonha) e a Licenciatura: Grau de dizer asneiras, mas bem empregues numa estrutura frásica.

Saturday, February 17, 2007

Cuecas tanga com maçãs reineta. São boas. Então assadas

Chove. É manhã. A noite caiu calma, sem magoar ninguém. Lembro-me de ter pensado:
É verdade! Por falar nisso, quem perdeu umas cuecas? Pensei que fossem minhas, mas não uso renda assim tão justa, fico todo assado e depois é o cabo dos trabalhos. Minhas também não podiam ser, no estado em que estavam. Eu lá deixo marcas de derrapagem daquelas? Eu ando sempre em ponto morto e travagens é com muito cuidado para não queimar borracha, que o detergente já não é o que era e eu não gosto de esfregar. Estraga as unhas. As minhas (cuecas, não as unhas por razões que já a seguir vos serão óbvias) geralmente têm flores grandes e maçãs reinetas assim já pró arroxeado (liberdades artísticas da costureira... não vos disse que as razões eram óbvias? Onde já se viram unhas com maçãs reinetas. Só numas cuecas. Toda a gente sabe. E eu não disse que as razões óbvias eram perfeitamente esclarecidas em breve? Eu nunca minto. Bom... Ás vezes... Mas só quando digo que engomo a roupa e apenas a ponho no microondas para desamarrotar. Mas olha que fica uma maravilha! As meias até ficam contentes e quentinhas antes de calçar, na Primavera, com o frio é um espectáculo...), até dão vontade de comer, eu não as como porque me fazem azia, a gastrite não perdoa. Mas assadas até marcham (aposto que já não se lembram por causa do parentesis anterior, mas estamos a falar de maçãs reinetas!). Mas nas cuecas ficam tão bem, a matar. Eu por acaso gosto mais com partes largas, mas o fio dental também é bom, dizem que mata as cáries. Não é rigorosamente verdade, mas ajuda. O que de facto mata as cáries, é o Colgate. Ou o emplastro Leão, mas esse sabe mal, dizem que também faz bem às costas, mas eu não experimentei, não alinho em esquisitices. Cáries, cáries, quem tem é o Sr. do bolo. Esse sim, tem cáries a montes. Não pensou, não foi previdente... e, candeeiros bem bonitos modernos e originais é na rua da Prata, não se preocupe mais. Para não falar no Polilon. Polilon, aquele que a minha mamã usa... a minha mamã e as outras senhoras.

Saturday, February 10, 2007

Achei as cuecas, Vasco.
Tão um nojo.
Hoje curti bué na festa!! Fui, dancei dancei dancei até que me saltaram os chinelos... descalcita continuei a dançar sem parar até que me saltou o vestido. Saltei ainda mais até que me caíram as cuecas. Felizmente que aquele rapaz la estava. Apanhou tudo tudo e voltou a vestir me, o lindo... nunca pensei que fosse assim... uma festa. A minha mãe tinha-me avisado: CUIDADO COM AS FESTAS, ELES LÁ DESPEM-TE! afinal não, tadito... vestiu-me e eu para lhe agradecer, despi-me outra vez!! Weeeeee!!! Amanhã há mais mas agora tenho de me levantar daqui e ir para casa... é só encontrar as ceroulas e vou! Beijinhoooos

Mãe, parecia um bitoque... Era quente e frio ao mesmo tempo...

Mãe, estava no duche hoje e... desceu por mim abaixo... quente... e frio ao mesmo tempo. Pensei, é hoje. Tornei-me uma mulher... Ó mae, leva-me contigo, leva-me a comprar o primeiro soutien, o primeiro OB, o primeiro par de cuequitas impermeáveis... Não posso falar com o pai, que ele nao sabe. Cortar-se no dedo nas aulas de oficina nao chega para entender a profundidade da coisa. A mãe é quem sabe, a mãe é quem deve ir comigo agora neste momento em que a menina se torna mulher, em que o bigode se torna barba. Em que o ciclo se faz secundário. Ó mãe, porque foste embora... Porque foste para essa fábrica fria na Austrália quando eu aqui preciso de ti muito, não sei o que fazer. Como vou prá escola amanhã e encaro o Vasco... Como lhe digo amanhã "puto, nao vai dar"... Como, mãe...volta...
Vim ao mundo no dia em que a nha mae me teve. ela gustou logo, me pai nem tantu, ele gusta mais das ovelhitas dele mas tambem eu entendu elas sao mais quentinhas. Kero mutos amiges ke gustem de mim coma nha mae e eu gustamos. ela e boa mae. cuzinha tudo suzinha. nao ker ajuda nem nada, e eu vou e como. o me pai gusta mais das ovelhas. do pelo e do kejo. a nha mae shega a ter enveja. a tonta.
gustava de cunhecer gaijas e gaijos. e dos outros tambem. pessoas coma a nha mae e comu u me pai mas melhores. nao tenho manos mas gustava. ja pedi a nha mae ela diz ke na da sem o me pai. ele nao diz nada purke na ta em casa. kero jente ke goste de musica, arveres e de celeiros. gosto tambem de vacas, com e cem shifres. visto-me mutas vexes de vaca nu carnival. mas nao cei dancar comu as vacas entao vou logo pra casa cumer bulashas . musica gosto dus pssarinhus ke kantam de manha cuando vou a latrina. ler nao sei mas gustava de saber escrevere o me nome. ?im. gosto de tratores dakeles ke andam e dos outros tambem prke sao bons pra jugar as iscondidas. e vou a currer e deto-me la dentro e ninguem me incontra. as vexes axo ke ningem prokura. depois e de noite e vou pra kasa jantar mas ja o me pai kumeu tudo e eu fiko com us pratus pra lavar a nha mae dexa me ajudar a seghir ao jantar pra fazir a dejestao

um nascimento é sempre bonito...

Ele não voa... paira... ele não bate... moi o juízo. Ele não tem visão raio x... tem hipermetropia. Ele não tem graça. Ele não tem estilo... Ele não tem sentido de justiça... Ele é... MASCARILHA PÚRPURA...
Calma, cidade de Lisboa (menos Telheiras e bairro da Encarnação), existe um novo super-herói capaz das maiores parvoeiras para tornar o seu dia mais difícil. O comum cidadão de Lisboa (menos das áreas não abrangidas) pode dormir a noite descansado, porque o seu dia está assegurado e protegido pelo novo defensor da cidade (apenas nas áreas disponíveis no momento). Com as suas vibro-luvas feitas do mais puro poliester (90% pol. Lavável a 30º, não usar lexívia e não centrifugar), os seus botins biónicos (eram do pai de um amigo que ainda hoje não sabe das botas "eram do meu casamento, ainda agora estavam aqui, porra!"), a sua capa esvoaçante (prende-se com um colchete, daqueles dos soutiens, tramados de abrir com uma mão só, é preciso pedir desculpa e virar a gaja para o abrir), os calções de lycra da mãe e os collants negros do pai (é mesmo assim, não está trocado) e ainda a sweat-shirt do pai (já desbotada, era dos treinos, cheira que é um pavor)... e ainda... uma máscara púrpura para encobrir a identidade (e para o tirar de vez do armário) e uma faixa da mesma cor à cintura (sobrou tecido da máscara)... Mascarilha Púrpura chegou. Mais brevemente...[ler muito rápido] (no caso de persistência dos sintomas consulte o seu médico ou farmacêutico, o rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia, mais belas que as belas de belas, são só as belas mães das suas filhas belas de belas, da minha varanda à tua vai uma curta distância, tem cuidado não escorregues na casca da melância).