Thursday, November 1, 2007

tertulia cor-de-burro quando foge

Se há coisa que me irrita solenemente, são as pessoas que ganham a vida ou têm projecção. Mentira. Seria uma declaração bombástica, revolucionária, ousada e diria mesmo, estúpida como as casas. Mas a frase não estava completa, como se segue é que é: Se há coisa que me irrita solenemente, são as pessoas que ganham a vida ou têm projecção sem terem feito rigorosamente nada para o merecerem. Falo das Paris Hiltons desta vida. Ou, mais perto de casa e da nossa realidadezinha medíocre, os Cláudios Ramos. Essa espécie infelizmente reproduz-se (o que devia ser contra a lei) embora assexuadamente. Reproduz-se pelo fascínio generalizado de se saber que afinal é possível qualquer atrasado mental (com as devidas desculpas a quem de facto sofre de atrasos mentais neste país sem culpa nenhuma) ter tempo de antena para dizer as maiores barbaridades que não interessam a ninguém. Que se analise um livro, ou um quadro, um filme ou uma peça de teatro, um facto socio-político, ainda entendo. Que se analise um jogo de futebol, vá lá, é embrutecedor, mas ainda aceito. Agora que se analise extensivamente em prime-time, da boca de autênticos abortos (com muito mais de 10 semanas) a cor das cuecas da Serenela Andrade quando ela se esparramou na escadaria da gala da TVI, ou o divórcio da Soraia Chaves que estava farta de se deitar com o anónimo namorado e prefere muito mais enroscar-se com um jogador da bola com penteado à Zé Milho, isso começa a ser demais. E vão aos requintes de se apoiar em teorias formuladas por pseudo-cérebros que não sabem se teoria ainda se escreve só com um "t". Não sendo um pseudo-intelectual eu próprio, nem sequer um intelectual apenas, eu pergunto: Não haverá merda melhor, do que gastar cameras de video, cassettes e ondas hertzianas (ondas de TV e rádio, prós abortos) em gajos sentados à volta da Fátima Lopes, a comentar factos inúteis, que saem em revistas que só por si já são inúteis e deviam ser impressas em papel um pouco mais absorvente e de folha dupla?? Eu digo à boca-cheia: Encostem à parede os cinco magníficos: Cláudio Ramos, Daniel Nascimento que por acaso está gordo que nem um porco (toma lá uma análise a ver se gostas), Carlos Castro (ele que, traveca de revista dos anos 70, frustrado, gosta de falar mal de actores sem saber sequer o que está a dizer) o Castelo Branco e o felizmente desaparecido da televisão Serginho (antigo repositor de prateleiras do Jumbo, profissão que muito estimo). A este rol estou muito perto de juntar o chato do Eiró só por ser melga e ter a mania que tem graça. Lembro-me de há uns tempos o Cláudio Ramos ter declarado a um pasquim desses que "se não voltar a fazer televisão mato-me"... E com uma oportunidade destas em potência, o que é que os imbecis foram fazer? Puseram-no outra vez a trabalhar. Era só estar quietinho, o outro tinha prometido e uma promessa é uma promessa...

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